Fluxo de caixa x lucro: Qual a diferença e a importância de cada um?

Muitos empreendedores ainda confundem suas operações com sua própria vida financeira. É um erro, infelizmente, comum, mesmo com incansáveis orientações do profissional de contabilidade. Isso fere ao princípio da Entidade, que constava da Resolução CFC 750 de 93, e redirecionados pela Resolução CFC 1.374 de 2011. É importante essa introdução porque a remuneração dos sócios e acionistas depende dos dois itens: lucro e fluxo de caixa. E aqui explicamos a importância deles.

Segundo Neto e Silva, fluxo de caixa é o instrumento que relaciona os ingressos e saídas de recursos monetários no âmbito de uma empresa em determinado intervalo de tempo. A partir da elaboração do fluxo de caixa é possível prognosticar eventuais excedentes ou escassez de caixa, determinando-se medidas saneadoras a serem tomadas. O lucro é o resultado positivo da Demonstração de Resultado do Exercício, ferramenta gerada pela contabilidade, confrontando, conforme as normas vigentes, as receitas, despesas e custos da empresa.

Com essas definições, qual a principal diferença entre elas?

Uma empresa com lucro não necessariamente tem um fluxo de caixa bom, ou positivo. Uma empresa com fluxo de caixa positivo, não necessariamente vem apresentando lucro. Comecemos pela segunda opção, muito comum em empresas iniciantes, startups e alguns segmentos. Essas empresas podem ter recebido um montante alto de dinheiro, seja de seus próprios sócios e acionistas, seja de terceiros. Essas empresas, mesmo não apresentando lucro contábil, têm um fluxo de caixa bom, porque consegue desembolsar suas obrigações com o saldo positivo de caixa, ou seja, dinheiro em mãos. Já o primeiro caso é muito comum para empresas que detém receitas por mensalidades ou assinaturas. A empresa possui uma operação lucrativa, tem uma receita maior que suas despesas, mas essa receita não se traduz em dinheiro disponível, seja pelos prazos de vencimento ou inadimplência. Dessa forma, a empresa muitas vezes se vê obrigada a tomar dinheiro de terceiros (empréstimos, financiamentos, etc.) para cumprir com suas obrigações de desembolso, sejam pontuais ou periódicas.

É muito importante que uma análise contábil abrangente, considerando a Demonstração de Resultado – DRE e a Demonstração do Fluxo de Caixa, possa orientar o cliente sobre as decisões a serem tomadas. Isso só se torna possível quando o contador tem acesso tempestivo às informações completas e corretas, tanto para cumprir seu dever profissional na escrituração e social na orientação.
Fique atento: fluxo de caixa ruim é o maior vilão das empresas!